quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Nadando Contra a Maré - II




Nosso tempo tem sido caracterizado pela busca incessante por dinheiro e pelos prazeres e alegrias, que este bem, pode proporcionar. Nada contra o dinheiro, meus queridos, mas como nos diz o apóstolo Paulo, o dinheiro é a raiz de todo mal e temos visto como essa busca tem afetado os relacionamentos interpessoais. A sociedade têm colocado na mesma balança, de um lado a busca pelo dinheiro e do outro lado às pessoas. Mas infelizmente para muitas pessoas a balança tem pesado mais para a questão financeira.
     Há alguns anos ouvi um relato no Rádio, que se relacionava a um comerciante que cansado de ter dois mendigos constantemente sentados à porta de seu estabelecimento, contratou, por R$100,00, um grupo de 5 jovens e 1 adolescente para atear fogo naqueles homens enquanto eles estivessem dormindo. Da forma sugerida pelo mandante do crime, eles procederam e acabaram flagrados pelo sistema de câmeras da cidade e foram presos e relataram toda a história aos policiais. No mesmo instante vieram ao meu coração compaixão por aqueles homens agora hospitalizados e um questionamento incontrolável sobre o valor da vida humana. A vida de dois homens, já tão sofridos pelas circunstâncias da vida, por menos de R$20,00 para cada criminoso. Que rumo é esse que nossa sociedade tem tomado? Com certeza, a correnteza que nos guia como sociedade. Nos levará a um abismo sem fim, sem perspectiva.
    Talvez essa história, de tão cruel que seja, não lhe afete em nada porque nos parece ser o extremo da desvalorização do ser humano. No entanto, devemos refletir sobre nossa vida, sobre nossas relações e perceber se, de fato, temos dado valor às pessoas. Àquele irmão que sempre vem compartilhar alguma dificuldade conosco e nós nem paramos para prestar, verdadeiramente, atenção naquilo que ele está nos falando. No nosso trabalho, nas pessoas humildes que se colocam diante de nós com dificuldades e necessidades. Na nossa escola, com os nossos colegas renegados pelos grupos dominantes, na sociedade, com os menos favorecidos e com os excluídos pelos diversos tipos de discriminação, seja ela racial, sexual ou social. Como temos lidado com tudo isso?
    Remando contra a Maré, Jesus nos conta três parábolas descritas no Evangelho de Lucas, no capítulo 15: As Parábolas da Ovelha perdida, da Dracma perdida e do filho perdido, em todas elas existe uma afirmação muito clara: O valor de um homem para Deus é imensurável, muito mais importante do que o seu trabalho, mais importante do que o sustento que se obtêm desse trabalho e muito mais importante do que os problemas que o dinheiro possa nos trazer em nossos relacionamentos. O que verdadeiramente importa para Deus são as pessoas.
    O pastor das ovelhas não suportou saber das necessidades, dos perigos e dos problemas que aquela ovelha perdida, tão indefesa, poderia estar passando. Então ele deixa suas outras 99 ovelhas no aprisco e vai à busca da ovelha que havia se perdido, assim como Deus fez com cada um de nós. A mulher a preocupação em encontrar uma parte daquilo, que representava todo o seu trabalho, que havia se perdido, traz-nos a idéia de que Deus está empenhado em retirar todo o fruto do Seu trabalho, na vida de cada homem, principalmente a sua salvação em Cristo. Finalmente, a imagem do Pai, que mesmo tendo todas as razões do mundo, para renegar o retorno do seu filho mais novo, que o havia rejeitado e o abandonado, correndo em direção ao filho que retornava agora, mal cheiroso, com as vestes rasgadas, cabisbaixo, sem dignidade de olhar seu pai nos olhos, o abraçando e o beijando e o aceitando de volta com uma grande festa. Assim é como é a maneira que Deus age com as pessoas, não lhe importa a maneira como se volta, o importante é que houve arrependimento e alguém voltou.
    Finalmente, Jesus não somente contou-lhes uma série de histórias sobre o valor de uma pessoa para Deus, mas personificou essa verdade indo à Cruz e pagando um alto preço por pessoas, como eu e você, como aqueles mendigos e como aqueles meninos que atearam fogo nos mendigos. Assim, muito mais do que trazer ao seu coração a certeza de que para Deus você é inestimável, quero lhe dizer que nossa oração deve ser para que o nosso sentimento, para com o nosso próximo, seja o mesmo de Jesus, que nunca deixou de se relacionar, nunca deixou de ouvir, curar, orar e buscar quem quer que fosse que cruzasse seu caminho. Afinal, para Jesus o preço da Cruz não se comparava ao valor de nenhum ser humano para Deus. Por isso me pergunto e te convido a fazer a mesma pergunta: Qual é o valor das pessoas para mim? O cristianismo nos oferece dois remos e uma nova direção para remarmos para onde nosso barco irá navegar?

Que Deus nos abençoe ricamente

Minha oração:

Senhor Abra os meus olhos para ver o meu próximo,
Retira de mim a preocupação exclusiva nas coisas materiais
e Ajuda-me a buscar melhorar e aprofundar meus relacionamentos
Ajuda-me a sentir amor pelo meu próximo e a busca-lo e a perdoá-lo
E Usa-me como Farol para iluminar esse novo caminho à sociedade.
Em nome de Jesus, Amém.

Pr Maciel

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