sábado, 19 de abril de 2008

JOÃO 2




Nesse texto encontramos dicas para que nossa vida seja uma festa: (JOÃO Cap: 2)

[1] Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galiléia, achando-se ali a mãe de Jesus. Casamento em Israel era uma celebração que durava dias, pois, significava o enlace de duas famílias; no passado era a maneira pela qual a terra era mantida sob posse das tribos. Vinha gente de todo o lugar. Era uma festança.

[2] Jesus também foi convidado, com os seus discípulos, para o casamento.
Eis a primeira dica: Jesus combina com festa. Aliás ele disse que veio para que nossa vida fosse uma festa: JO 7:38 - Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. E é uma festa maravilhosa porque não depende do que acontece do lado de fora, mas do lado de dentro da gente. A marca da vida cristã é essa alegria da salvação.

[3] Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Eles não têm mais vinho.
Segunda dica: as vezes o vinho acaba. A alegria pode ir embora por motivos diversos: pecado; sofrimento; decepção; etc. Não importa o motivo, a única forma de vê-la restaurada é procurar Jesus, só ele pode reverter o quadro. É preciso abrir-lhe o coração. Não importa se a culpa pela tristeza é ou não da gente. Ao invés de imitar de Adão, que fugiu, temos de imitar Maria, que foi procurar Jesus.

[4] Mas Jesus lhe disse: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. Terceira dica: Jesus tem suas próprias prioridades. Ao procurar Jesus, a gente tem de entender que Jesus tem suas próprias ênfases.
Lembro de uma ilustração criada pelo Pr Bob Moon (pastor batista de São Paulo) : Um homem adquiriu uma fazenda e contratou um caseiro. Algum tempo depois, precisando fazer uma longa e demorada viagem, disse ao caseiro que tudo o que o mesmo precisasse, bastava pegar na cidade, em seu nome, que assim que voltasse da viagem acertaria com os credores. Partiu. Tempos depois retorna, indo direto para a fazenda, qual não foi a sua surpresa quando, ao entrar na fazenda perceber que tudo estava abandonado e em ruínas, sua casa, inclusive, tinha sido invadida e destruída pelos animais. Desesperado, correu para a casa do caseiro. Ao aproximar-se dela começou a perceber a diferença: a casa tinha sido aumentada, estava linda, tinha antena parabólica e um carro novo na garagem. Ao entrar encontrou o caseiro, confortavelmente sentado diante de uma tv gigante, perplexo, pediu-lhe explicações. O caseiro respondeu: O sr. disse que tudo que eu precisasse eu podia pegar na cidade, em seu nome, foi o que eu fiz: tudo o que eu achei que precisava peguei na cidade, em seu nome. O fazendeiro, num misto de perplexidade e angústa, retrucou: quando eu disse isso, eu estava pensando na fazenda! Muitas vezes somos como o caseiro, usamos as promessas de Deus pensando só em nossa dor de barriga e não na construção do Reino de Deus. É preciso ir a Jesus, porém com a atitude certa. Quarta dica: Há coisas que são inevitáveis. Maria tem uma história muito bonita e sofrida. José, que a amava a ponto de intentar fugir para que os anciãos pensassem que a culpa era dele e, assim, evitar que Maria fosse apedrejada por adultério; para aceitá-la precisou da intervenção do anjo Gabriel; imagine como a trataram os vizinhos e parentes...não foi uma vida fácil. Mas agora a coisa estava mudando, todos que participavam de seu mundo estavam na festa, e o vinho acabou: agora era a hora de Maria mostrar como o seu filho era especial. Jesus, com sua resposta, dá uma grande lição a todos que querem andar com ele, écomo se dissesse: Mãe, todos que se comprometem com Deus pagam um preço, você pagou o seu e eu vou pagar o meu, não há como mudar isso, faz parte da escolha que fizemos. Envolver-se com Deus é entrar na batalha contra as trevas, isso, necessariamente, implica numa dose de sacrifício e sofrimento inevitáveis. No mínimo o sofrimento de ser diferente. P.S. – não se assuste com a forma da resposta de Jesus, na cultura em que eles viviam não era falta de educação para com a mãe.

[5] Então, ela falou aos serventes: Fazei tudo o que ele vos disser.
Quinta dica: Jesus nunca decepciona. Maria dá uma orientação aos garçons. Estranho, Jesus acabara de dizer que não tinha nada a ver com o negócio! Maria, entretanto, sabia que quem vai a Jesus nunca volta de mãos vazias; que onde a lei para a graça e a misericórdia continuam. Que se, num primeiro momento, Jesus pode nos dar um puxão de orelha por não estarmos entendo bem as coisas, num segundo momento, sua graça e sua misericórdia hão de nos socorrer. P.S. Honrar Maria é submeter-se à sua orientação. E sua orientação é: façam tudo o que Jesus disser.

[6] Estavam ali seis talhas de pedra, que os judeus usavam para as purificações, e cada uma levava duas ou três metretas. [7] Jesus lhes disse: Enchei de água as talhas. E eles as encheram totalmente. [8] Então, lhes determinou: Tirai agora e levai ao mestre-sala. Eles o fizeram.
Sexta dica: Vale a pena obedecer. Posso imaginar um garçom dizendo ao outro enquanto enchiam as talhas, cada uma com cerca de 77 a 115 litros: - escuta, não foi o vinho que acabou? – Sim, responde o companheiro. –Então, retruca o primeiro, por que a gente está enchendo estas talhas de água? Obedeça Jesus, você pode não saber o que está fazendo, mas, ele sabe o milagre que está realizando.

[9] Tendo o mestre-sala provado a água transformada em vinho (não sabendo donde viera, se bem que o sabiam os serventes que haviam tirado a água), chamou o noivo [10] e lhe disse: Todos costumam pôr primeiro o bom vinho e, quando já beberam fartamente, servem o inferior; tu, porém, guardaste o bom vinho até agora.
Sétima dica: Jesus veio para restaurar. Jesus fez um milagre discreto, até onde um milagre pode sê-lo. Se o fizesse de outro jeito, teria dado condições para que a festa fosse retomada, porém, às custas da exposição dos noivos e de seus familiares e Jesus não veio esmagar a cana quebrada, nem apagar a torcida que fumega. MT 12:20 O negócio de Jesus, não é expor o pecador, é perdoá-lo e restaurá-lo, para que sua vida volte a ser uma festa. Oitava dica: enquanto Jesus for o principal convidado da vida da gente, nada está perdido. Sempre dá para começar de novo. Jesus era o único convidado que não podia faltar naquela festa.
[11] Com este, deu Jesus princípio a seus sinais em Caná da Galiléia; manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele. Esta é a glória de Jesus, sua graça e sua misericórdia.

Deus o abençoe.



Autor(a): PR. Ariovaldo Ramos - Teólogo e Pastor da Igreja Cristã Reformada e Missionário da SEPAL

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